O crescimento econômico é um fenômeno relativamente recente na história da humanidade. De acordo com as estimativas de Angus Maddison, o PIB real per capita da economia global no ano 1000 DC não era superior ao do ano 1 DC e em 1820 havia se expandido em apenas 53% relativamente ao ano 1000.
Nas últimas três décadas o conhecimento no campo de crescimento econômico sofreu notável ampliação, se transformando em uma das mais ativas áreas de pesquisa em economia. Isto tem se dado principalmente nos centros avançados, embora haja alguma produção acadêmica no Brasil .
No passado, teorias de crescimento (desenvolvimento) econômico tinham como foco, quase que inteiramente, o investimento em capital físico – máquinas, equipamentos e estruturas – colocando-o como o motor do desenvolvimento de longo prazo das nações. Este tipo de teoria gera, como contrapartida de política econômica, incentivos à formação bruta de capital via programas de poupança forçada, concessão de crédito subsidiado, estímulos fiscais e barreiras ao comércio internacional, numa série de distorções que acabam por atrofiar o potencial de crescimento econômico de uma nação.
A moderna teoria do crescimento leva em consideração não apenas as dotações de fatores de produção de uma economia – capital físico e trabalho – mas trouxe para o centro da discussão importantes variáveis endógenas, como capital humano, idéias e instituições – anteriormente não contempladas – e que são instrumentais para a determinação dos níveis de eficiência com que esses fatores interagem ao serem empregados na produção.
Em particular, exercícios econométricos baseados na moderna teoria de desenvolvimento permitem a decomposição das diferenças de renda per capita entre países, identificando-se, de um lado, quanto se deve à ineficiência, e o quanto se deve, de outro lado, à insuficiência de capital físico e capital humano. Tais exercícios sugerem que grande parte da diferença de produto per capita e de ritmo de crescimento entre o Brasil e diversas economias - desenvolvidas e emergentes asiáticas - se deve essencialmente à lenta expansão da produtividade total dos fatores e ao gap educacional quantitativo e qualitativo. Já a escassez de capital físico tem papel secundário para explicar nosso estágio relativo de desenvolvimento.
Essa constatação por si só sugere uma ampla agenda de pesquisa e recomendações de políticas públicas no campo da regulação, taxação, comércio internacional, infraestrutura, mercado de capitais e educação. Isto, potencialmente, criaria um ambiente de negócios favorável à exploração das vantagens comparativas do Brasil em recursos naturais, ao crescimento do investimento e da produtividade e ao florescimento de ideias inovadoras. Tais temas já indicam a direção de atuação do Centro.